sábado, 27 de outubro de 2007

a arte de ser invisível II

as vezes parece que ela anda procurando. que anda sem rumo pelos caminhos que acha provável encontra-los.

quase um mês atrás deu sorte. já estava indo embora quando, ao olhar para a direção aposta a que ela se dirigia, o viu conversando com alguém. ele usava aquela camiseta do time dele de outro estado, que foi tantas vezes motivo de briguinhas besta entre os dois. não pode conter o riso.

ficou rindo só, observando de longe. ficou prestando atenção nos seus gestos, tentando ver as expressões no rosto, mas estava longe demais. já tinha resolvido ficar ali por mais um tempo, afinal, não tinha presa, mas por um instante teve a impressão que ele olhava diretamente pra ela. então teve medo que eles estivesse mesmo vendo ela, com aquela cara de idiota, observando ele e teve medo do que ele ia pensar.

ele então foi embora, insatisfeita, queria ter ficado mais. não sabia porque, mas ele tinha esses efeitos incomuns sobre ela. no caminho viu sua segunda vitima sentado com os amigos e conversando. ela sempre achava ele tão diferente quando estava com os amigos, principalmente sem ela. quis ficar observando ele também, mas não tinha de onde ficar de longe sem que ele ou um dos amigos a visse. então passou direto, fingiu não ter visto e foi embora..

depois, já longe dos dois, se encostou num muro e riu só, se achando estranha, idiota, patética até.
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outro dia estava numa fila e viu o primeiro de novo. dessa vez se controlou, buscou qualquer outra coisa pra distrai-la... não deu, desistiu de fila e foi embora, pra longe.

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